Thursday, August 26, 2010

El Amor Después del Amor (I)

Por quantas vezes você ouve "eu te amo" nos dias de hoje?
A palavra "amor", cuja terminação completa tantas palavras contraditórias, vem sido utilizada - ou melhor, vilipendiada - através dos tempos e é, cada vez mais, sub ou superdimensionada por nossa sociedade moderna.
Não, não falo do recurso utilizado em forma de agradecimento ou apreço por alguma coisa como, por exemplo: "Que golaço do Fred! Eu amo esse cara!" ou "nossa, como eu amo torta de jiló!". Neste sentido, o "eu amo - eu te amo" já faz parte de nosso vocabulário como figura de linguagem.
Na verdade, quase versando um contrato, quando alguém diz "eu te amo", como em um relacionamento hetero ou homossexual, talvez seja a última e derradeira deixa para a aferição da reciprocidade, para que este sentimento permaneça "saudável", de certa forma.
E qualquer amor não correspondido é mais suscetível a distorções graves (como os que servem de gatilho para o desenvolvimento de alguma sociopatia) que os mantenedores de alguma reciprocidade, ou que pelo menos atingiu este nível pelo menos alguma vez no passado.
Mas, realmente, existem aqueles que amam demais. Que se apaixonam demais. E que, naturalmente sofrem demais. Na mesma medida, existem os que amam de menos ou, pelo menos, se entregam de menos. Diz a sabedoria popular que tudo em excesso é prejudicial. Talvez seja. Saber dosar, saber amar, saber “não amar”, é uma arte às vezes difícil de ser compreendida e mais ainda em ser praticada.
Da prática e compreensão falarei outra hora...

Thursday, August 12, 2010

E viva Tolstoi!

"Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para fogueira"
Leon Tolstói (Liev Tolstói)


PS: obrigado pelo feedback, pessoal!

Wednesday, August 11, 2010

All those yesterdays

Don't you think you oughta rest?

Sim, talvez você esteja cansado. As necessidades que a vida acadêmica exige, as práticas laborais, a somatização dos problemas, as contas, a presença excessiva ou a falta da(o) esposa(o)/namorada(o)/amante, as dores físicas/mentais/espirituais, a carestia, as velhas promessas...
Mas não. Você não deveria estar cansado. Afinal, a vida é assim mesmo. Milhões de pessoas vivem assim, não é verdade?
Desde quando teve início a "nossa" civilização cristã-ocidental, foram estabelecidos parâmetros de felicidade. Exemplos de sucesso. Modelos de êxito. Por mais que você esteja feliz com sua casinha nos cafundós de Agepê¹, com seu cachorro vira-latas que dorme no relento, com a velha Média em casa ou no barzinho e os meios de transporte público, sempre haverá alguém insatisfeito. Pior: na maioria das vezes surgirá alguém para mostrar que você deveria estar insatisfeito.
Mas, então, você está satisfeito?

Don't you think you've done enough?

Você possui a casa que sempre quis, o emprego que sempre almejou, a mulher ou homem que sempre desejou? Estudou, trabalhou, foi o melhor amigo, o melhor namorado, esposo(a), ex-marido/ex-esposa ou pai/mãe que o mundo ou talvez você mesmo tenha tentado ser?
Aliás, desculpe, mas você realmente queria ter tentado? Ou está simplesmente cansado por ter vivido uma existência justificada apenas pelas tentativas (frutiferas ou não)?

Let it wash away
All those yesterdays

Por maior que seja o clichê que ora sobre tempo, razão e lições, a verdade é que não existe verdade absoluta. Nunca existiu.
Sim, talvez esquecer as mágoas, o passado, as frustrações, sirva como motivação. Afinal, qual a graça da vida se não pudermos apertar o botão de "restart"? Aliás, a capacidade do bicho-homem em se reinventar tem sido infinita até quando nossa última e derradeira sinapse é feita.

What are you running from??

Violência, cobranças, pedintes, chefe ou professor cobrando o trabalho atrasado, namorada(o)/esposa(a), amigo(a), dívidas (quaisquer, financeiras ou morais), doenças, curas...
Você realmente precisa correr?

There's still time, it's no crime to escape

Sim. Por mais que digam a velha máxima sobre a covardia, não há vergonha em escapar.
Quantas vezes queremos dormir o dia todo?
Quantas vezes precisamos apenas de nós mesmos?
Quantas vezes queremos simplesmente jogar fora o traje sociocivilizatorio?
Por quantas vezes queremos simplesmente fazer isso sem justificativas² e sem receios?
Você quer mesmo escapar?

Enfim, você não acha que deveria descansar antes de pensar nisso tudo?



¹Ouça "Moro Onde Não Mora Ninguém" e você, prezado leitor, entenderá.
²Desde que "não façamos com o outro o que não queremos que façam conosco" - por mais que seja tentador...

Tuesday, August 03, 2010

The end is the beginning is the end...

Não imaginava que, anos depois, voltaria a blogar.
Quando meu antigo blog estava no ar, era uma mistura de diário com crônicas que eu costumava a escrever. No início, era divertidíssimo, existia um feedback que não pensei que daria. Mas o tempo para blogar estava ficando escasso e as coisas cada vez mais chatas, modorrentas, desinteressantes...
Talvez aconteça o mesmo com este blog. Talvez não. Talvez esteja apenas escrevendo para mim mesmo. Talvez, para apenas um punhado de bons amigos. Enfim, a única certeza é a de que quero readquirir o prazer de escrever online.
Aos que não me conhecem: Márcio ao seu dispor. Sirvam-se do vinho, do vinagre, dos encantos e desventuras desta poeira cósmica que este blog será e apresentará.